Agro reage no Congresso contra boicote francês à carne do Brasil e do Mercosul

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) iniciou uma ofensiva no Congresso Nacional contra os boicotes de empresas francesas ao agronegócio brasileiro. Uma das primeiras medidas foi tomada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), que chamou o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, para comparecer a uma audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado. O objetivo é obter esclarecimentos sobre a postura da França em relação ao Acordo Mercosul – União Europeia e à decisão do Carrefour de boicotar carnes do bloco.

O requerimento foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira, 27/11. Tereza também incluiu no convite o CEO do Carrefour no Brasil, Stéphane Maquaire. “Não há qualquer razão real, a não ser o protecionismo francês a seus produtos, que recebem altos subsídios, para essas medidas. Medidas que merecem mais do que indignação, merecem resposta recíproca”, defendeu.

A decisão do Carrefour de excluir carnes do Mercosul de suas prateleiras francesas foi oficializada na última quarta-feira, 20/11, em carta do CEO Alexandre Bompard, endereçada ao presidente da FNSE (sigla em francês para Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França). Na carta, ele disse que não vai mais comprar carne produzida em países do Mercosul.

Segundo, Bompard os produtos sul-americanos não atenderiam às exigências e às normas francesas. O executivo escreveu que aguarda que outros estabelecimentos acompanhem o movimento de boicote iniciado pelo Carrefour na França. Na última terça-feira, 26/11, Bompard foi obrigado a assinar uma outra carta com um pedido de desculpas ao Brasil – considerado “pífio” pela senadora Tereza Cristina, por boa parte dos parlamentares e do setor.

O movimento ocorre em meio às negociações sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Ainda na noite de 26/11, o Parlamento francês rejeitou, simbolicamente, o Acordo Mercosul-UE e deputados chegaram a chamar de “lixo” a carne bovina brasileira – o que indignou o Senado.

“O desrespeito com os produtos agropecuários brasileiros por parte de autoridades francesas é inaceitável”, disse Tereza Cristina na Comissão de Relações Exteriores. “Parlamentares se referiram aos nossos produtos como lixo”, enfatizou.

“Nesta semana, a ministra da Agricultura da França também colocou em dúvida a qualidade e os protocolos sanitários do Brasil, ignorando os rígidos processos de fiscalização que adotamos. Além disso, outras empresas francesas têm feito declarações ofensivas aos produtos brasileiros, numa verdadeira campanha de desinformação que traz prejuízos de imagem,” completou a senadora.

“Que a França seja contra o Acordo Mercosul-UE, que não queira comprar do Brasil, problema da França. Mas dizer que nossos produtos não prestam é injusto, indigno e inaceitável. Nosso agro vende para 160 países, é reconhecido mundialmente por sua qualidade e pelo cumprimento das mais exigentes normas internacionais”, finalizou.

Reciprocidade

Coordenadora política da FPA, Tereza Cristina classifica as atitudes como “protecionismo disfarçado de preocupação ambiental”. Para ela, o Brasil já adota padrões ambientais, como o Código Florestal, e lidera práticas de produção sustentável globalmente, com preservação de 60% da nossa vegetação nativa. A senadora pretende acelerar a tramitação do projeto de lei sobre reciprocidade ambiental, que estabelece critérios similares aos impostos pela União Europeia para as importações brasileiras.

“Se a Europa quer impor barreiras comerciais ao Brasil, devemos adotar medidas equivalentes para produtos europeus. Não podemos aceitar que interesses protecionistas prejudiquem nossa soberania e nosso setor produtivo”, enfatiza.

O projeto é uma das prioridades da bancada do agro. Na semana que vem, Tereza Cristina coordena a segunda audiência pública sobre o projeto da reciprocidade. Ela pretende apresentar um substitutivo em breve. O projeto exige os mesmos critérios de redução de emissão de carbono exigidos do Brasil para importação de produtos.

A nova lei ambiental europeia, que deve entrar em vigor em dezembro de 2025, preocupa o setor produtivo brasileiro, que teme interrupções no fluxo comercial. Em 2023, o Brasil exportou US$ 21,6 bilhões em produtos agropecuários para a União Europeia, sendo US$ 15 bilhões em produtos das sete cadeias afetadas pela nova legislação – soja, bovina, cacau, café, madeira, palma e borracha. Para entidades do agronegócio brasileiro, a lei é arbitrária e transgride a soberania nacional.

No âmbito da Câmara dos Deputados, deverá ser criada uma comissão externa para investigar as ações do Carrefour, pois a varejista “fere princípios de cooperação internacional”. Além disso, a Comissão de Agricultura e Pecuária trabalha para convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a fim de detalhar as ações do Itamaraty frente ao boicote e às negociações do acordo Mercosul-União Europeia.

Reação do setor

Na semana passada, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) repudiaram a decisão do Carrefour francês . Em seguida, grandes frigoríficos decidiram parar, temporariamente, de fornecer carne ao Carrefour do Brasil – o que fez a rede francesa recuar.

No documento foram ressaltados os avanços da pecuária brasileira, que aumentou sua produtividade em 172% nos últimos 30 anos, enquanto reduziu a área de pastagem em 16%. O Brasil já tem inclusive como um de seus produtos a carne carbono zero, desenvolvida pela Embrapa em parceria com frigoríficos.

Com informações da Agência FPA

Tereza Cristina defende reconhecimento da vitória da oposição na Venezuela

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) apresentou, durante a sessão plenária desta terça-feira, 26/11, documentos que seriam as atas originais da eleição presidencial na Venezuela. Ela cobrou um posicionamento oficial do Brasil reconhecendo a vitória do candidato oposicionista Edmundo González sobre o atual presidente Nicolás Maduro na eleição realizada em julho.

“A eleição foi ganha pela oposição, o que foi reconhecido por muitos países. O Brasil ainda não o fez porque o presidente Lula disse que gostaria de ver as atas de apuração das eleições venezuelanas”, declarou ela.

Tereza Cristina estava acompanhada de Gustavo Silva, emissário da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado. A senadora elogiou María Corina, afirmando que a política venezuelana vem lutando pela liberdade e pela democracia em seu país.

“Conversei com Maria Corina ao telefone e fiquei impressionada com sua força e coragem. Mesmo ameaçada de prisão e morte pela ditadura, ela não deixa seu país”, destacou.

A senadora também alertou para o impacto da crise política no país vizinho sobre o Brasil. “Já recebemos milhares de venezuelanos no nosso país, e vamos continuar recebendo cada vez mais se não se concretizar uma transição pacífica à democracia na Venezuela”, afirmou.

Com informações da Agência Senado

CCJ conclui debates sobre reforma tributária nesta semana

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai realizar nesta semana as três últimas audiências públicas destinadas a instruir o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024), de acordo com o que foi solicitado pelo relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Entre os temas previstos para debate estão o Imposto Seletivo, os impactos sobre o desenvolvimento regional e as regras de transição para a reforma. O ciclo de 11 reuniões, previsto inicialmente, foi ampliado para 13 com o intuito de atender as sugestões e as contribuições que os senadores apresentaram ao longo das dez audiências já realizadas.

A líder do PP, Tereza Cristina (MS), tem acompanhado os debates e pretende levar ao relator ajustes em relação à cadeia de produção alimentos. Tereza Cristina também tem se mostrado crítica à reforma regulamentar o que pode ser o maior IVA ( Imposto sobre Valor Agregado) do mundo. “Deveríamos baixar e não elevar impostos”, defende.

Após as 13 audiências, Braga vai fechar o seu parecer sobre o projeto e o submeterá a votação na CCJ, presidida pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), que o encaminhará para apreciação do Plenário. O esforço busca viabilizar a votação da matéria ainda este ano, conforme previu o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco.

Nesta segunda-feira, 25/11, a CCJ reuniu-se para debater o Imposto Seletivo e o desestímulo a produtos e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. O encontro será o 11º da série de audiências que a comissão promove para analisar as mudanças na tributação sobre o consumo.   

Na terça-feira, 26/11, penúltima audiência destinada a tratar do tema, o foco será o desenvolvimento regional. A última audiência da CCJ sobre a reforma tributária será realizada na quarta-feira, 27/11, e tratará das normas que tratam da transição, fiscalização e avaliação quinquenal, incluída a trava da carga tributária, conflitos de competência, domicílio tributário eletrônico, conformidade fiscal, dívida ativa e cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

 

Como participar O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

Fonte: Agência Senado

Agropecuária sustentável brasileira teve seu lugar na COP 29

Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) participaram da comitiva brasileira do agro, organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na COP-29, realizada em Baku, no Azerbaijão.

Durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que reuniu representantes de 200 países e ocorreu de 11 a 22 de novembro, os parlamentares da FPA ressaltaram a importância do setor agropecuário e da produção brasileira para a prevenção e adaptação aos rigores do clima, que têm causado, cada vez com mais frequência, desastres naturais severos em todo o planeta.

“Não pude estar presente em Baku, mas acho importantíssimo mostrarmos mais uma vez lá fora como, ao contrário do que dizem nossos concorrentes, a agropecuária brasileira faz seu dever de casa e não é de hoje”, disse a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

“Cumprimos um exigente Código Florestal que determina que cada propriedade rural mantenha sua reserva legal, de acordo com o percentual estabelecido para cada bioma, e preserve a vegetação nativa, as matas ciliares, os rios”, enumerou Tereza Cristina . “Por isso, a COP 30, que vamos sediar ano que vem em Belém (PA), tem de ser a COP da Sustentabilidade – e não a COP do Desmatamento, como querem alguns”, completou.

Presente no evento, o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou que o Código Florestal é uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. “É fundamental explicar que nossa lei é mais rígida do que as de outros continentes. Na Europa, apenas para pousio, os produtores reservam menos de 5% das terras, e protestaram recentemente quando a União Europeia quis aumentar essa reserva para 7%”, afirmou Lupion.

Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para reforçar o discurso de que a Conferência promove o desenvolvimento dos países. “Isso ocorre em vários níveis: econômico, social e ambiental. Discutir o clima faz parte dessas agendas de desenvolvimento. Por isso, é essencial que o setor produtivo como um todo, inclusive o agro, esteja presente para acompanhar as discussões”, acrescentou o presidente da FPA.

Já o vice-presidente da Frente, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), ressaltou a importância do agro brasileiro no contexto ambiental e econômico. “Nosso agro é sustentável, e precisamos mostrar isso para o mundo. O agro não só produz alimentos e proteínas, mas também gera energia. Podemos aumentar a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, ampliar a produção de energia. O etanol é um exemplo disso. Já produzimos muito, e vamos produzir ainda mais. Não é só com a cana, mas também com o milho”, afirmou.

O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) destacou a importância da integração de políticas para a agricultura familiar na agenda climática. “Participei de diversos painéis e debates, ouvindo outros países e compartilhando ideias, além de debater sobre assistência técnica e extensão rural. Tivemos, no espaço do Brasil, um debate sobre agricultura familiar, que precisa ser contemplada no financiamento das mudanças climáticas. Precisamos saber, daqui a 5 ou 10 anos, quais tecnologias estarão disponíveis e quais inovações podem beneficiar a agricultura familiar, permitindo que ela produza alimentos e, ao mesmo tempo, preserve as tradições passadas de geração para geração”, finalizou Zé Silva.

Com informações da Agência FPA

Senado lança Campanha pelo Fim da Violência contra a Mulher

O Senado lançou, com realização nesta semana de audiência pública, a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que começou nesta quarta-feira, 20/11, em todo o país e segue até o dia 10 de dezembro. A Câmara dos Deputados também participa da iniciativa.

O objetivo é conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres. Para isso, a campanha contempla pautas de equidade e direitos humanos com várias atividades.

No Brasil, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio no último ano. A campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” quer sensibilizar e mobilizar a sociedade sobretudo contra a gravidade desse e de outros números.

Em escala mundial, a campanha tem menor duração: são 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, com início em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e término em 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A campanha mundial é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, assassinadas em 1960 na República Dominicana.

A líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS), lembrou que foi sancionada este mês a nova a lei, de iniciativa do Senado, que aumenta a pena de prisão em casos de feminicídio para 20 a 40 anos. Agora, o feminicídio não é mais um homicídio qualificado, cuja pena é de 12 a 30 anos.

“Foi mais um trabalho efetivo do Senado para responder aos problemas reais da nossa sociedade, em especial, à inaceitável violência que ainda vitima, de forma fatal, as mulheres brasileiras”, avaliou Tereza Cristina. “Temos de conscientizar, sem deixar de punir com rigor”, resumiu a senadora.

O projeto (PL 4.266/2023) que deu origem à nova lei (Lei 14.994, de 2024) foi apresentado pela senadora Margareth Buzzetti (PSD-MT) e aprovado pelo Senado em novembro de 2023.

Com informações da Agência Senado.

Senado comemora Dia Nacional da Consciência Negra

Pela primeira vez, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, será feriado nacional. Nesta terça-feira, 19/11, o Senado realizou uma sessão especial para celebrar a data.

“Nossa sociedade tem de caminhar cada vez mais para a igualdade de todos perante a lei, sem discriminações e preconceitos, como determina a nossa Constituição”, disse a líder do PP, Tereza Cristina (MS). “O respeito aos que construíram, com sacrifício desumano, o Brasil agora consta na agenda cívica”, completou.

A data remete ao dia da morte de Zumbi, que foi líder do Quilombo dos Palmares, importante comunidade de resistência de escravizados durante o Brasil Colonial. O quilombo localizado na região do atual estado de Alagoas tornou-se um símbolo da luta contra a escravidão e da busca por liberdade.

A sessão foi proposta pelo senador Paulo Paim (PT-RS). A data foi instituída pela Lei 14.759, de 2023 — resultado do Projeto de Lei do Senado (PLS) 482/2017, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Com informações da Agência Senado

Senado aprova regulação para o mercado de carbono

Após dois adiamentos, o Senado aprovou nesta quarta-feira, 13/11, o projeto do marco regulatório para o mercado de crédito de carbono no Brasil (PL 182/2024). A proposta estava na pauta da reunião do último dia 5, mas a votação foi adiada por acordo dos senadores. Entrou na pauta da terça-feira, 12/11, mas, para últimos ajustes, houve uma nova suspensão da votação, desta vez por apenas 24 horas. Agora, a proposta volta à análise dos deputados federais, já que sofreu alterações em seu texto.

O pedido de mais tempo para analisar a proposta foi defendido em plenário pela líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS). O projeto estabelece regras para que empresas e países compensem suas emissões por meio da compra de créditos vinculados a iniciativas de preservação ambiental.

Ao solicitar, na semana passada, o adiamento, a senadora considerou que a proposta merecia aperfeiçoamento. “Um projeto que tem sido discutido pela senadora Leila, que abriu as portas do seu gabinete. É um projeto para o Brasil, e quanto melhor ele esteja redigido, claro, para que todos compreendam, eu acho que o Brasil ganha muito”, argumentou Tereza Cristina.

A senadora disse ainda que “o Brasil será o protagonista desse mercado, principalmente na área de florestas plantadas”. Ela lembrou que “66% da vegetação nativa do nosso país é preservada e isso vai estar contemplado nesse projeto. Tenho certeza de que, com a melhoria (do texto), faremos todos juntos um acordo também para que o projeto vá à Câmara bem encaminhado, e possa ser (logo) votado lá”, completou Tereza Cristina, na ocasião.

PL 182/2024, que é relatado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), divide o mercado de crédito de carbono brasileiro em dois setores: o regulado e o voluntário. O primeiro envolve iniciativas do poder público e observa regras estabelecidas no Protocolo de Kyoto, assinado na COP 3, em 1997, que previu pela primeira vez os créditos de carbono. Já o segundo se refere à iniciativa privada, mais flexível e sem uma padronização imposta. “A senadora Tereza Cristina foi fundamental na construção do acordo”, ressaltou a relatora do projeto em seu discurso no Plenário.

Tereza Cristina apresentou emenda que aprimora parágrafos do artigo 43 do projeto de lei por entender que eles “fragilizam o direito de propriedade privada, tornando vulneráveis as áreas de propriedade ou posse privada em relação a programas jurisdicionais” de crédito de carbono, gerenciados pelo poder público. A emenda foi acatada pela relatora.

Entre outros pontos, o projeto permite que empresas compensem as suas emissões de gases poluentes por meio da compra de créditos vinculados a iniciativas de preservação ambiental. A relatora, senadora Leila Barros (PDT-DF), apresentou um texto alternativo. Ela destacou que ouviu deputados e senadores para elaborar o substitutivo e que afirmou que a nova redação mantém “mais de 80%” do que foi aprovado pela Câmara dos Deputados. 

Para o chamado setor regulado, o texto prevê a criação de um órgão gestor responsável por criar normas e aplicar sanções a infrações cometidas pelas entidades que se sujeitarão a ele. Será o caso das próprias iniciativas governamentais ou de organizações que emitam mais de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) por ano.

O CO2 equivalente é uma medida usada para comparar as emissões de diferentes gases de efeito estufa, levando em conta o potencial de aquecimento global de cada substância e representando o total em uma quantidade de CO2 que teria o mesmo potencial. A Petrobras, por exemplo, emitiu 46 milhões de toneladas de CO2eq em 2023, segundo relatório da estatal.

As organizações sujeitas à regulação deverão fornecer um plano de monitoramento e relatórios de suas atividades ao órgão gestor. 

Com informações da Agência Senado

Senado retoma debate sobre regulamentação da reforma tributária

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai se dedicar, esta semana, ao debate sobre a regulamentação da reforma tributária. Estão previstas quatro audiências públicas para a análise do projeto que regulamenta os novos tributos (PLP 68/2024), previstos na Emenda Constitucional 132. Em foco, nos debates, estarão os efeitos do projeto em diversos setores da economia.

“Assim como o setor produtivo, defendo desde sempre que não é possível fazer a população pagar mais impostos, sobretudo sobre alimentos”, destacou a líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS). A senadora disse ainda que “o governo não pode pensar só em arrecadar, mas precisa enxugar gastos e deveria ter promovido antes uma reforma administrativa”. “Tenho questionado desde sempre: faz sentido fazer uma reforma tributária para ter 26,5% de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), o mais alto do mundo?”, acrescentou a senadora.

Tereza Cristina tem acompanhado, presencial ou virtualmente, as discussões. Ela vai encaminhar ao relator, senador Eduardo Braga ( MDB-AM), alguns ajustes reivindicados pelo agro na reforma tributária – como aperfeiçoar a lista de insumos agropecuários e de alimentos da cesta básica com redução de alíquota.

Nesta terça-feira, 12/11, ocorreram duas audiências públicas. Às 10h, a CCJ debateu os efeitos da reforma tributária na saúde. O projeto, que será votado na CCJ antes de seguir para o Plenário, prevê que medicamentos e alguns dispositivos médicos e para pessoas com deficiência terão uma incidência menor dos novos tributos — a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O mesmo ocorrerá com serviços de saúde e planos de saúde.

Ainda nesta terça-feira, realizou-se, a partir das 14h30, outra audiência pública para ouvir de representantes de instituições financeiras sobre os impactos do PLP 68/2024 no setor, que será regido por regras especiais. Entre os temas serão abordadas apostas e o mecanismo de split payment, que permitirá o recolhimento automático do tributo quando uma compra for feita, por meio da integração entre meios de pagamento e nota fiscal.

Os outros setores sujeitos a regras específicas para a tributação sobre o consumo, como o setor de turismo e de hotéis, serão ouvidos pela CCJ na quarta-feira, 13/11, às 14h30. O setor imobiliário ainda será tema da quarta audiência pública desta semana, prevista para quinta-feira (14) às 10h. O debate também abrangerá áreas da infraestrutura, como energia, saneamento básico e transporte ferroviário.

Já foram realizadas cinco audiências públicas de 11 previstas no plano de trabalho da CCJ, apresentado pelo relator, para analisar o PLP 68/2024. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse esperar a aprovação do texto ainda em 2024.

Reforma tributária

A reforma tributária foi promulgada em dezembro do ano passado, por meio da Emenda Constitucional 132. O texto unifica cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — em uma cobrança única, dividida entre os níveis federal (CBS) e estadual/municipal (IBS). A mudança é resultado da proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que também foi relatada por Eduardo Braga.

Em abril deste ano, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional o PLP 68/2024, que regulamenta a reforma tributária. O texto foi aprovado em julho pela Câmara dos Deputados e encaminhada ao Senado.   

Com informações da Agência Senado

Tereza Cristina participa de missão Brasil-China

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) integrou esta semana uma comitiva que viajou à China para participar, entre outros eventos, do “Workshop China-Brasil – Inovação e Biotecnologia para Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar”. O seminário, realizado em Pequim nesta terça-feira, 12/11, reuniu entidades e autoridades de ambos os países. A senadora também participou como debatedora do painel que tratou da inovação e uso de tecnologias para aumentar a produtividade e sustentabilidade na produção de soja.

“Ressaltei que Brasil e China compartilham o desafio crucial de alimentar a população de forma sustentável. Para isso, nossos agricultores precisam otimizar a produção de alimentos, ao mesmo tempo em que conservam os recursos naturais e enfrentam as mudanças climáticas”, explicou Tereza Cristina. “Assim, é fundamental garantir aos produtores o acesso constante a inovações eficazes que a biotecnologia nos oferece. Agropecuária e ciência são inseparáveis”, destacou.

Durante a semana, a comitiva já havia se reunido com a Associação de Sementes da China (CNSA) para tratar da importância da biotecnologia na segurança alimentar, diante da necessidade de adaptação às mudanças climáticas – como, por exemplo, secas mais longas que afetam o plantio e a colheita. Tereza Cristina e o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que também integra a missão, se reuniram ainda com a Comissão de Agricultura do Congresso Nacional do Povo Chinês (NPC).

O grupo visitou, neste período, a Embaixada do Brasil em Pequim, onde foi recepcionado pelo embaixador brasileiro, Marcos Galvão, e sua equipe, que acompanharam o grupo em outras agendas. Também houve encontro dos brasileiros com chineses na Academia de Ciências Agrárias (CAAS), cujo foco é a pesquisa para o desenvolvimento das culturas agrícolas.

A missão na China começou por Xangai, quando a comitiva brasileira esteve na International Import Expo (CIIE), a maior feira de importação do país. Tereza Cristina dedicou especial atenção ao estande do Mato Grosso do Sul na Feira.

Nas últimas duas décadas, a China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, as exportações do Brasil para a China ultrapassaram US$ 100 bilhões, um recorde. Os chineses importam do Brasil sobretudo soja, milho, carnes, minério de ferro e petróleo. O Brasil é responsável pelo fornecimento de 25% de tudo o que a China importa em produtos agrícolas.

Esta foi a terceira viagem de Tereza Cristina à China – a primeira como senadora da República. Em outras duas ocasiões recentes, ela viajou como ministra da Agricultura, cargo que ocupou de 2019 a 2022. “Brasil e China celebraram 50 anos de relações diplomáticas e temos de continuar incrementando nossas negociações bilaterais”, defendeu a senadora.

A Missão Empresarial Brasil-China foi promovida pela Associação Brasileira dos Produtores
de Milho (Abramilho), em parceria com a Embrapa, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), a
Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja- Brasil), a Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec) e o Conselho Empresarial Brasil-China.

Declaração do P20 recomenda apoio de países ricos a fundo de perdas por mudança no clima

Chefes do Poder Legislativo de algumas das maiores economias do mundo adotaram a declaração conjunta da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), encerrada na última sexta-feira, 08/11, no Congresso Nacional. O documento propõe a reforma de órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) para maior inclusão de países emergentes, incentiva a padronização internacional no uso de inteligência artificial, defende a erradicação da pobreza e prioriza o desenvolvimento sustentável.

Para integrar as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental), os chefes do Legislativo do G-20 recomendam, em sua declaração final, que países desenvolvidos cumpram seus compromissos do Acordo de Paris. Além disso, o documento apoia medidas que promovam o uso de energias renováveis e a proteção da biodiversidade. A transformação energética para modelos menos poluentes deve ter ênfase no bem-estar humano.

“Infelizmente, não vimos, até hoje, a cor do dinheiro prometido pelos países ricos para auxiliar, por exemplo, nos programas de bioeconomia, que geram renda preservando o meio ambiente, nos países que detêm as maiores florestas do planeta, como é o caso do Brasil”, lembrou a líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS). O Acordo de Paris, de 2015, previa US$ 100 bilhões anuais para apoiar os países em desenvolvimento na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, além da prevenção e controle dos desastres climáticos. Previa também a implementação do fundo de perdas e danos, criado apenas em 2023.

A declaração foi elaborada pelas consultorias legislativas do Senado e da Câmara dos Deputados e discutida pelos 15 membros do G20 que estiveram presentes no P20. O evento ainda recebeu oito países não membros do G20 e cinco organismos internacionais como convidados, além da União Europeia e da União Africana. A Cúpula foi organizada conjuntamente pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados dos dias 6 a 8 de novembro sob o lema “Parlamentos por um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.

Reforma na ONU

Um dos três eixos do documento é a reforma da governança global nos organismos internacionais, ou seja, alterar normas e estruturas de órgãos como a ONU para melhor gerir a cooperação entre os países. A declaração expressa que países em desenvolvimento devem ter participação “mais equitativa e representativa”.

O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, é um dos órgãos apontados. Atualmente, apenas cinco países (China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia) têm representação permanente no órgão, além de poderem de vetar as decisões do colegiado — que pode aplicar sanções aos países e tratar de temas sensíveis sobre conflitos armados. Os outros dez países-membros do Conselho são eleitos para mandato de dois anos.

Outra organização que precisa de aprimoramento, segundo o documento, é a Organização Mundial do Comércio (OMC), que desde 1998 busca resolver conflitos comerciais entre países. O texto propõe restaurar seu sistema de solução de controvérsias, tornando-o “funcional e acessível”.

Pobreza

Outro eixo do documento é o combate à fome, à pobreza e à desigualdade. A desigualdade socioeconômica foi reconhecida como principal fonte dos desafios enfrentados no mundo. Para isso, os presidentes dos Parlamentos apoiam a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da presidência brasileira do G20 neste ano para canalizar recursos a projetos de enfrentamento a esses dois problemas.

Os parlamentares envolvidos também se comprometeram a apoiar o desenvolvimento de condições adequadas de trabalho e o acesso equitativo a oportunidades e recursos (como água, educação, saúde e saneamento básico).

Inteligência artificial

A declaração reconhece os desafios que a IA representa para o relacionamento entre os países, que podem se aproximar ou se distanciar ainda mais com o uso da ferramenta. Para os membros do P20 que assinaram o documento, a IA é uma tecnologia importante para enfrentar a desigualdade e promover o desenvolvimento sustentável.

Para isso, a declaração incentiva o desenvolvimento de padrões internacionais para seu uso, de forma a respeitar os direitos humanos. Essa também é uma das previsões da Resolução para IA de 2024 da União Interparlamentar (UIP), entidade criada em 1889 para promover a integração entre parlamentares do mundo.

A economia digital, de uma forma geral, também foi reconhecida na declaração do P20 como uma das principais responsáveis pela prosperidade e bem-estar da humanidade.

Mulheres parlamentares

Em anexo ao texto está a chamada Carta de Alagoas, que é a declaração final da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada em julho em Maceió (AL). No evento, as participantes discutiram a igualdade entre homens e mulheres nos Parlamentos. A Carta enfatiza, por exemplo, a necessidade de cotas e financiamento para incrementar a participação feminina nos espaços decisórios e de remuneração igual entre os gêneros quando exercem trabalhos iguais.

As conclusões da Carta de Alagoas foram apresentadas no Fórum Parlamentar do G20, que ocorreu na quarta-feira (6), uma prévia da Cúpula do P20.

Com informações da Agência Senado