“Temos de destravar o Brasil para ter mais emprego e renda”, defende Tereza Cristina em Nova York

Nesta terça-feira, 13/05, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) participou em Nova York do Brazil Investment Forum, no tradicional Harvard Club, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais. O evento reuniu 300 empresários e investidores, além de autoridades dos três poderes e governadores de todas as regiões do país com o objetivo de promover o diálogo institucional e fortalecer as relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos.

Tereza Cristina foi convidada a falar na abertura do evento. A senadora destacou, em seu discurso, as relatorias de matérias importantes sob sua responsabilidade no Senado: o licenciamento ambiental, hoje em processo de votação nas Comissões de Meio Ambiente (CMA) e Agricultura (CRA), e a lei da reciprocidade econômica, já sancionada.

“Temos de destravar alguns assuntos e fazer com que o nosso país cresça, fazer com que tenhamos regulamentação, regulação de normas para que nós possamos fazer a nossa economia crescer, gerar emprego e renda”, afirmou Teresa.

“Temos de falar das dificuldades que a gente tem com alguns temas no nosso país. Estamos votando a lei de licenciamento ambiental, que trará facilidades sem fragilizar o meio ambiente”, afirmou a senadora, que é relatora da lei do licenciamento na Comissão de Agricultura. “Devemos votar dia 21 no plenário do Senado Federal”, informou, sob aplausos.

Reciprocidade Econômica

A senadora abordou também a conjuntura atual, após o tarifaço determinado pelo presidente Donald Trump. “Nós temos uma grande oportunidade, estamos vivendo um momento ímpar. Claro que há dificuldades, é um momento de mudanças, do entendimento do que vem pela frente, mas eu tenho certeza de que o Brasil, se tiver juízo, se tiver vontade de participar, terá grandes oportunidades no mercado internacional”, avaliou.

“Eu também acabei de relatar a lei que traz a reciprocidade econômica; é uma lei que coloca o Brasil numa posição de sentar-se à mesa com uma carta na manga”, explicou. “A lei cria mecanismos ( que podem ser utilizados) se precisarmos, se o Brasil tiver problemas com retaliações indevidas”, acrescentou.

Tereza Cristina frisou, entretanto, que a legislação incentiva o caminho da negociação. “É negociar até o último momento, mas o Brasil tem hoje uma ferramenta para negociar de igual para igual com outros países”, concluiu.

“Essa era a a mensagem que eu queria deixar. O Congresso e o Senado estão atentos a tudo aquilo que precisa ser votado”, destacou. “E nós precisamos pensar no nosso país. Nós precisamos ter uma agenda para o Brasil, não uma agenda própria, agenda individual”, defendeu.

Outros debates

O evento, que chega este ano à 14ª edição, contou ainda com a participação do ex-presidente do Brasil, Michel Temer, que defendeu o fim da polarização política, e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Motta afirmou, em discurso, que pretende “blindar” a Câmara contra radicalismos e pautar votações que tratem do Brasil real, citando como exemplo o pacote da segurança pública. Senadores, como o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e deputados federais, além de autoridades do Judiciário, como o procurador-geral Paulo Gonet, estiveram na abertura do encontro.

Após a abertura, o primeiro painel tratou do tema “O Brasil e seu papel na institucionalidade com os Estados Unidos”, que teve como principal expositor o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso. Participaram desse debate o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, o ex-presidente do BID, Luis Moreno, e o embaixador e ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo.

Na sequência, houve o segundo painel: “As relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos”. Participaram os governadores Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO), Cláudio Castro (RJ), Raquel Lyra (PE), Ibaneis Rocha (DF), Renato Casagrande (ES), Jorginho Mello (SC) e Mateus Simões (vice de MG), entre outros.

Encerraram o encontro o ex-presidente Temer, o chairman do LIDE e ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, além do fundador e co-chairman do LIDE, ex-governador de São Paulo, João Doria.

Sete indicados para embaixadas do Brasil são aprovados pela Comissão de Relações Exteriores

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta semana a indicação de sete diplomatas para chefiar embaixadas do Brasil em diferentes partes do mundo. Os nomes seguem agora para deliberação final do plenário do Senado.

O presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), destacou o esforço nas últimas semanas.  “Com as aprovações nesta quarta-feira, 07/05, zeramos a lista de 12 indicações pendentes para representações diplomáticas brasileiras”, comemorou o senador. 

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que é vice-presidente da CRE, foi relatora ad hoc para a indicação do embaixador do Azerbaijão. Para a embaixada do Brasil no Azerbaijão (MSF 10/2025), foi aprovado Bernard Jorg Leopold de García Klingl, ministro de primeira classe, com atuação anterior em Buenos Aires, Berlim, La Paz e Tel Aviv.

O país caucasiano, sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29) em 2024, é considerado estratégico para o Brasil, especialmente nos campos da energia e logística. Foram aprovados ainda na Comissão os novos embaixadores do Brasil na Bélgica, Timor-Leste, Panamá, Guiné-Bissau, Sérvia e Belarus.

Com informações da Agência Senado

Licenciamento ambiental: Senado chega a acordo para votar em breve a nova lei

Após quatro anos em análise no Senado, a proposta de uma Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021), que tramita ao mesmo tempo nas comissões de Meio Ambiente (CMA) e de Agricultura (CRA), tem agora relatórios de texto único, fruto de entendimentos entre os relatores. Nesta quarta-feira, 07/05, pela manhã, o relatório foi lido na CMA pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO). À tarde, o texto foi apresentado na CRA pela senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Os dois relatores e suas assessorias se debruçaram em um longo texto, que no Senado já havia recebido mais de 90 emendas. O grande desafio é entregar uma proposta que equilibre preservação do meio ambiente e produção, na linha do desenvolvimento sustentável. A LGLA busca simplificar e agilizar a concessão de licenças, sobretudo para as atividades de baixo impacto, mas não fragiliza o licenciamento de alto impacto, que continuará sujeito a regras severas.

Relatora na CRA, Tereza Cristina lembrou que o projeto de lei já tramitou por 17 anos na Câmara dos Deputados e está há quatro anos no Senado, estando “maduro para votar”. Ela ressaltou que “o que fazer está na Lei Complementar 140” e que agora “estamos votando como fazer”.

O texto, na visão da senadora, não atende a todos os anseios de empreendedores e de ambientalistas, mas significa um “verdadeiro instrumento de mediação”, sem “exageros” de um lado ou de outro. As alterações, disse, foram sugeridas em pontos “essenciais e necessários” e baseadas em fundamentos “sólidos e precisos”.

“A urgência de votar esse projeto de lei é também porque empreendimentos estão paralisados, até há décadas, e precisam ter um caminho claro. Nós precisamos de modernização, agilidade, sem perder a eficiência e sem fragilizar nada. É muito bom todo mundo saber o que está sendo votado. Tem muita confusão, muita fake news, muita narrativa errada”, afirmou Tereza.

“Nós precisamos parar de travar o nosso país. Nós não podemos mais continuar com narrativas, com ideologia; há coisas que são técnicas”, destacou a senadora. “Preservar o meio ambiente, todos nós queremos. Não conheço ninguém aqui no Senado que queira devastar a natureza”, acrescentou.

Segundo Tereza Cristina, o projeto de lei “nada mais é do que dar as regras para as diversas atividades nos diversos graus, dizer quem dá qual tipo de licença – se é a União, o Estado ou o município”, explicou. “Estamos fazendo um licenciamento que possa ajudar o país, que possa ajudar os empreendedores, que possa ajudar as pessoas”, enumerou,

Durante sua fala, antes de apresentar seu relatório, Tereza destacou “exemplos que toda a sociedade brasileira precisa saber”. “Nós não podemos continuar impedindo alguns brasileiros de terem luz elétrica em pleno 2025. Por quê? Porque impedem que um linhão passe no meio da floresta. Para isso isso existe uma coisa chamada mitigar o risco. Então, se nós temos um problema, se vai ter algum tipo de dano, nós vamos mitigar esse dano”, afirmou.

“Agora, nós não podemos ter brasileiros de primeira, de segunda e de terceira classe. Nós temos que dar luz elétrica, saneamento básico. Quanta dificuldade hoje para licenciar aterros sanitários, é melhor licenciar ou deixar (o lixão) do jeito que está?”, questionou. A senadora lembrou ainda que, durante os 20 anos em que a lei aguarda votação, aconteceram vários desastres ambientais. “Continuar sem regras, sem lei, é que não pode”, concluiu.

Discussão 

Presidente da CMA, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) destacou, pela manhã, que chegou-se e a um texto comum nas duas comissões, “a um texto palatável”, por isso é preciso avançar. Ele elogiou o fato de os dois relatores terem conseguido superar 90 pontos de divergência. “Semana que vem se inicia a discussão, abre-se vista, e depois vamos votar nas duas comissões e espero que rapidamente seja levado ao plenário”, anunciou.

O presidente da CRA, Zequinha Narinho (Podemos -PA), também anunciou um cronograma semelhante ao do CMA. “Nesta data, 7 de maio de 2025, leitura do relatório. No dia 20 de maio, terça-feira, abertura da discussão e concessão de vista coletiva. No dia 21 de maio, quarta-feira, encerramento da discussão e votação do projeto”, explicou Zequinha.

Relator da matéria na CMA, o senador Confúcio afirmou que a questão do licenciamento ambiental “é uma bagunça hoje no Brasil”, pois sobrepõe competências nas três esferas da administração pública. O senador afirmou ainda que devido ao grande número de divergências, ele e Tereza Cristina “não mediram esforços” em realizar, desde novembro, várias reuniões com as consultorias para reduzir os pontos em desacordo, de forma que o texto chegue mais congruente ao plenário.

“E o próprio presidente [do Senado] Davi Alcolumbre falou o seguinte: ‘Se ainda tiver divergência, vem que o plenário resolve, através de destaques, aqui dentro’. Quem tiver voto passa as divergências, é um assunto democrático, a gente não pode ficar sentado em cima do projeto o tempo todo”, disse Confúcio.

Ele destacou, por fim, que a LGLA, que regulamenta pela primeira vez o artigo 225 da Constituição, “assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e eleva o licenciamento ambiental ao patamar de instrumento mais forte para a realização do controle ambiental nos empreendimentos causadores”.

“Não se trata de uma norma perfeita, definitiva, fixa e imutável, mas sim de um marco inicial, apresentado com o melhor texto possível diante da construção recebida da Câmara dos Deputados, que iniciou amplo debate em torno do tema, o qual revisamos em nosso papel constitucional”, definiu o relator. 

Os relatores recomendam a aprovação do projeto com 24 emendas. O trabalho dos relatores foi elogiado pelos senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS), Jayme Campos (União-MT), Jaime Bagattoli (PL-RO) e Jorge Seif (PL-SC). Para Jayme Campos, o projeto pode resolver a “morosidade” nos processos de licenciamento ambiental no país.

Com informações da Agência Senado

Brasil pode ganhar com a crise tarifária, diz Tereza Cristina

A senadora Tereza Cristina (PP- MS) afirmou que o Brasil tem hoje a chance de aproveitar a crise tarifária, gerada pelos Estados Unidos, para ganhar novos mercados internacionais. Ela disse também estar otimista com a conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia. “Você pode ganhar em determinados momentos, nas crises. Eu vejo hoje a Europa olhando diferente para o Brasil”, avaliou. A senadora julga que, diante das incertezas criadas pelos Estados Unidos, há maior interesse dos europeus em garantir o fluxo de mercadorias do Mercosul para a Europa.

“É o maior acordo comercial do mundo, que deve ser assinado. Hoje a gente vê um clima totalmente diferente, já há um distensionamento”, pontuou. “Eles (os europeus) vão jogar duro até o final, mas vejo uma oportunidade, com essa confusão criada pelos Estados Unidos, desse acordo ser assinado”, analisou.

Tereza Cristina fez essas afirmações ao participar nesta terça-feira, 06/05, em São Paulo, do evento Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical, promovido pela CNA/Estadão. Estiveram na mesa redonda o presidente da CNA, João Martins, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP- PR). O mediador da primeira rodada de debates foi o jornalista da CNN, William Waack.

A senadora voltou a defender o projeto da reciprocidade econômica, do qual foi relatora. “A gente tem de ter muita cautela, nesse momento”, afirmou. “Essa lei foi concebida inicialmente lá em 2023 para o Brasil ter uma blindagem, uma proteção, contra a lei antidesmatamento da União Europeia”, explicou.

“Mas quando você faz uma lei, você não pode fazer uma lei para um bloco ou para um país. Você tem que fazer uma lei para todo o comércio mundial com quem o Brasil tem relações. A lei da reciprocidade foi feita para blindar e proteger o Brasil de qualquer situação injusta”, acrescentou. 

“Então, a lei da reciprocidade, ela pode ser aplicada, se necessário, mas ela foi feita com muito cuidado, muita responsabilidade, para que a retaliação seja a última opção”, concluiu.

Os participantes do evento discutiram ainda os desafios que o agronegócio enfrentará este ano, como dificuldades de crédito no Plano Safra, falta de recursos para o Seguro Rural e dificuldades de logística e armazenagem. O governador de São Paulo fez um discurso em que elogiou o setor e prometeu que seu Estado será o primeiro a se descarbonizar, a começar pelas atividades rurais. “A prosperidade veio do trabalho incessante das mulheres e homens do campo. Temos de ter orgulho de ser uma potência agroambiental”, finalizou Tarcísio.