O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 18/12, projeto de lei originário da Câmara dos Deputados que proíbe alunos de usarem telefone celular e outros aparelhos eletrônicos portáteis em escolas públicas e particulares, inclusive no recreio e intervalo entre as aulas.
O texto permite o uso em atividades pedagógicas. A proibição vale já a partir de 2025 para a educação básica: educação infantil, ensino fundamental e médio. A medida vai à sanção presidencial.
O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), deu parecer favorável ao Projeto de Lei 104/15, do deputado Alceu Moreira (MDB-RS), alvo de um substitutivo apresentado pelo deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ).
A líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS), votou favoravelmente à medida. “Temos visto um movimento crescente no Brasil e no mundo para proibir o uso de celulares nas escolas – e não é por acaso. Pesquisas mostram que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos está diretamente ligado a prejuízos à saúde física e mental dos nossos jovens, além de comprometer a concentração e o aprendizado”, avaliou a senadora.
“A escola deve ser um ambiente de foco, interação e desenvolvimento. O equilíbrio é essencial, e essa medida busca justamente proteger nossas crianças e garantir que elas aproveitem ao máximo o tempo de estudo e convivência”, completou. “O projeto deve ser colocado em prática logo e se transformar em política pública”, afirmou, ao encaminhar seu voto.
O projeto prevê exceções. Fica permitido usar o celular nas seguintes hipóteses:
em situações de “estado de perigo, de necessidade ou caso de força maior”;
para garantir direitos fundamentais;
para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos da educação básica; e
para garantir acessibilidade, inclusão, e atender às condições de saúde dos estudantes.
Na Câmara, Ferreirinha citou exemplo bem-sucedido do Rio de Janeiro, onde o uso já é proibido há um ano nas 1.557 unidades escolares, para defender a proposta. “A gente está falando de algo que está destruindo a infância das nossas crianças”, afirmou.
No Senado, a maioria dos parlamentares considerou a medida benéfica para os estudantes, os professores e as famílias. Apenas o PL mostrou-se contrário à integralidade do texto do relator. O senador Rogério Marinho (PL-RN) defendeu que a proibição deveria ser gradual e não alcançar o ensino médio. A emenda de Marinho foi rejeitada por 42 votos a 16.
Saúde mental O texto aprovado determina que as escolas elaborem estratégias para tratar da saúde mental dos alunos da educação básica, apresentando a eles informações e treinamentos sobre riscos, sinais e prevenção do sofrimento psíquico, incluindo o uso intensivo dos celulares.
Os estabelecimentos deverão, por fim, disponibilizar espaços de escuta e acolhimento para receber alunos e funcionários que estejam em sofrimento psíquico, principalmente decorrente do uso imoderado de telas.
Sete anos depois da aprovação do Novo Ensino Médio (NEM), o Senado decidiu por mudanças no currículo dos três anos finais da educação básica. O Plenário aprovou na noite desta quarta-feira, 19/06, em votação simbólica, o PL 5.230/2023, uma alternativa para substituir o modelo instituído durante a gestão de Michel Temer. O substitutivo (texto alternativo) apresentado pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) retorna à Câmara dos Deputados.
“Chegamos a uma proposta madura, amplamente discutida no Legislativo, que vai atender os estudantes”, avaliou a líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS). “A educação pública de qualidade é fundamental para a prosperidade de um país em desenvolvimento como é o Brasil”, lembrou Tereza Cristina. “E nós ainda temos hoje um nó a ser desatado no Ensino Médio, que enfrenta ainda o problema da evasão escolar”, acrescentou.
O PL 5.230/2023, que passou pela Comissão de Educação (CE) também nesta quarta-feira, prevê a ampliação da carga horária mínima total destinada à formação geral básica (FGB) das atuais 1.800 para 2.400 horas, e a explicitação de quais componentes curriculares fazem parte de cada uma das áreas do conhecimento.
A proposta que estabelece o novo modelo para o ensino médio também aumenta a carga horária de aulas, fortalece a formação geral básica e muda as regras para os itinerários formativos, principal inovação da última reforma feita em 2017 (Lei 13.415).
Os itinerários formativos são disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo que os estudantes podem escolher nos três anos da última etapa da educação básica. Da forma como foram aplicados, no entanto, os itinerários receberam muitas críticas por proporem conteúdos e atividades de pouca valia para a trajetória educacional dos estudantes.
A nova proposta de reforma fortalece os itinerários formativos, mas articulando-os com as quatro áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que são: linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas, língua inglesa, artes e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; e ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia
No caso da formação técnica e profissional, os itinerários devem ser organizados de acordo com o BNCC e com os eixos definidos nos currículos nacionais de educação profissional e tecnológica.
A nova reforma abre a possibilidade de o currículo escolar oferecer conteúdos que atendam a especificidades e necessidades das diferentes comunidades às quais pertencem os alunos. O projeto também inclui os estudantes de baixa renda do ensino médio matriculados em escolas comunitárias de educação do campo no Programa Pé-de-Meia, no Prouni e nas cotas para acesso à educação superior.
A relatora do projeto afirmou que o texto é o resultado de uma construção coletiva, que fortalece a formação básica e garante flexibilidade para estudantes e escolas. “A partir das audiências públicas, ouvindo professores, entidades, instituições, estudantes, nós organizamos um texto que fortalece o ensino médio. O texto amplia a carga horária da formação geral básica, mas mais do que isso os itinerários formativos passam a ter uma orientação que deve ser definida pelo Conselho Nacional de Educação. O texto não atende a todos os desafios, precisamos de mais investimentos nas escolas de educação básica”, avaliou Dorinha.
Carga horária
Entre outros pontos, o texto amplia a carga horária mínima anual do ensino médio de 800 para 1.000 horas, distribuídas em 200 dias letivos. Essa carga horária mínima poderá ser ampliada, de forma progressiva, para 1.400 horas, considerados os prazos e as metas estabelecidos no Plano Nacional de Educação (PNE).
No texto alternativo (substitutivo), a relatora determinou que, caso haja ampliação da carga horária, seja respeitada a seguinte porcentagem: 70% para formação geral básica e 30% para os itinerários formativos.
A partir de 2029, as cargas horárias totais de cursos do ensino médio com ênfase em formação técnica e profissional deverão ser expandidas de 3.000 horas para 3.200, 3.400 e 3.600 horas, quando se ofertarem, respectivamente, cursos técnicos de 800, 1.000 e 1.200 horas.
Essa medida, afirma ela, vai reduzir o risco de que se estabeleçam trajetórias duais para o ensino médio, que promovam a desigualdade, por meio da distinção entre a carga horária de FGB dos cursos de ensino médio e dos cursos com formação técnica e profissional.
Formação geral básica e formação técnica
A soma da carga horária de formação geral básica nos três anos do ensino médio deve totalizar, no mínimo, 2.400 horas. Nos cursos técnicos e profissionais, a formação geral básica poderá ter carga horária mínima de 2.200 horas até 2028. As 200 horas restantes deverão ser implantadas até 2029.
Da carga horária mínima total, 2.200 horas deverão ser compostas por conteúdos que tenham relação com a Base Nacional Comum Curricular, como matemática, português, artes e ciências, e por uma parte diversificada, que trate das características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia.
No caso de formação técnica e profissional, as horas restantes deverão ser utilizadas para aprofundamento de conteúdos da BNCC diretamente relacionados à profissionalização oferecida.
Em relação à educação em tempo integral, o substitutivo autoriza a União a priorizar, na transferência de recursos a estados, municípios e Distrito Federal, as escolas que oferecem matrículas de ensino médio articuladas à educação profissional e tecnológica.
Itinerários formativos
Os itinerários formativos, articulados com a parte diversificada do currículo, terão carga horária mínima de 800 horas nos três anos de ensino médio e serão compostos de aprofundamento das áreas do conhecimento ou de formação técnica e profissional, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.
Caberá ao Ministério da Educação (MEC), com participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, elaborar diretrizes nacionais de aprofundamento de cada uma das áreas do conhecimento.
Implementação do novo modelo
O texto prevê uma transição para a nova configuração do ensino médio para os estudantes que estiverem cursando essa etapa da educação básica na data de publicação da lei em que o projeto se transformar.
Até o final de 2024, o MEC estabelecerá, com a participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, as diretrizes nacionais de aprofundamento das áreas do conhecimento; e, no ano letivo de 2025, os sistemas de ensino deverão iniciar a implementação do currículo do ensino médio.
O projeto também apresenta um cronograma de implementação das alterações no ensino médio.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (31) o projeto de lei (PL) 3.166/2023, que autoriza o Poder Executivo a criar o programa Bolsa Estudantil do Ensino Médio. Pela proposta, estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas podem ter direito a bolsa de estudo mensal. O texto do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) segue para a Comissão de Educação (CE).
O benefício vale apenas para estudantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e beneficiárias do Bolsa Família. A permanência no programa depende de frequência regular e não-reprovação do aluno. “Nós aprovamos desde 2018 a reforma do ensino médio, mas ele continua a enfrentar problemas, inclusive de evasão, que teve seu auge na pandemia. Então essa bolsa vai ser um incentivo para o jovem, que muitas vezes precisa trabalhar para ajudar a família, conclua seu curso”, avaliou a líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS).
Marcos Pontes destacou a importância de incentivos suplementares para manter os jovens no ensino médio. Para o parlamentar, a bolsa estudantil “pode contribuir para diminuir a evasão escolar”. O projeto de lei recebeu relatório favorável do senador Mauro Carvalho Junior (União-MT), que deixou nesta terça-feira o Senado porque o titular do mandato voltou à Casa.
“Concordamos com o autor da proposta quando enfatiza a importância de incentivos suplementares para a permanência dos jovens na escola, especialmente no ensino médio. A bolsa prevista no projeto pode contribuir sobremaneira para diminuir a evasão escolar, aumentar o acesso educacional da população, promover a equidade educacional e o desenvolvimento social e econômico do país”, disse o relator.
Tereza Cristina fez questão de se despedir do colega. “Você fez a diferença nesse tempo que passou aqui, não só no convívio, mas também no equilíbrio e na articulação”.
Durante agenda política em Campo Grande, a candidata ao Senado (PP/MS), Tereza Cristina, destacou a importância de políticas públicas de investimento na Educação e valorização dos professores. Também lembrou que o Governo Federal e do Mato Grosso do Sul, mesmo com todos os desafios da pandemia, não deixaram de investir no setor.
“Precisamos investir na infraestrutura das Escolas e também na capacitação dos professores, pois a educação é transformadora e fundamental na vida das crianças e jovens. Para que o Estado cresça e se desenvolva, precisamos investir cada vez mais em pessoas ”, disse Tereza Cristina.
Sobre os desafios enfrentados nos últimos anos, a candidata ao Senado acredita que isso amadureceu os gestores, que puderam negociar e manter a economia local.
“Enfrentamos pandemia e ainda testemunhamos uma guerra. Apesar de tudo isso, o Brasil caminhou e hoje tem indicadores muito bons na economia. As medidas necessárias foram tomadas para que a inflação começasse a cair, conseguimos baixar o preço da gasolina e do gás, alem de diminuir o índice de desemprego”, explicou.
Tereza Cristina também falou sobre a nova missão. “Conheço todos os 79 municípios do meu Estado. Nasci aqui, sou campo-grandense, todas as minhas raízes estão aqui. Foi trabalhando no Ministério que eu entendi que gosto mesmo é de desafio e estou pronta para um novo: ser senadora por 8 anos e reapresentar nosso estado”, concluiu.
Nesta sexta-feira, Tereza Cristina cumpre agenda nos municípios de Japorã, Iguatemi, Tacuru e Amambai.
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