Tereza Cristina participa de duas sessões do Brics

Nesta terça-feira, 03/06, os presidentes de comissões de Relações Exteriores de parlamentos de 15 países se reuniram no Congresso Nacional para discutir os principais temas da agenda internacional e o papel do Brics na geopolítica global. No evento, que integra a programação do 11º Fórum Parlamentar do Brics, parlamentares reforçaram a importância do multilateralismo e do diálogo, especialmente em momentos de instabilidade política e econômica.

A senadora Tereza Cristina, que é vice-presidente da CRE, discursou na abertura do evento. Ela afirmou que os países dos Brics têm objetivos comuns e que o Parlamento é local legítimo para se buscar “a prosperidade de nossos povos, com resiliência e sustentabilidade”. ” Assim, em meio às nossas diferenças, buscamos os vínculos que nos aproximam, pautados pelo respeito, pela franqueza e pela equidade, pois nos enxergamos, em última instância, como parceiros nesta caminhada”, defendeu Tereza Cristina.

“É plenamente legítimo que os Parlamentos assumam protagonismo nessa empreitada, que deveria se traduzir em paz, estabilidade, previsibilidade e desenvolvimento para todo o planeta. Somos as Casas do povo, de nossas federações e regiões e, por isso, atores que, por dever de ofício, têm o compromisso de buscar a interlocução e soluções consensuadas. Temos o mandato de superar eventuais polarizações e de agir sempre com os interesses de todos aqueles que representamos em mente”, discursou a senadora.

“Quando fui Ministra da Agricultura, tive a oportunidade de visitar a maioria dos países dos BRICS. Sempre busquei — e fui correspondida — por resultados concretos. Alguns até me apelidaram de “caixeiro-viajante”, por estar sempre empenhada em promover o Brasil — naquela ocasião, especificamente o agronegócio brasileiro. E sempre logramos alcançar, com olho no olho, soluções mutuamente satisfatórias, que avançaram os interesses e as aspirações de nossos povos. Acredito, com esse conhecimento de causa, que podemos continuar fazendo a diferença”, lembrou Tereza Cristina.

Mulheres dos Brics

A senadora também participou do encontro de mulheres parlamentares dos Brics. A primeira sessão de trabalho da reunião abordou o impacto da inteligência artificial (IA) nas oportunidades femininas e nos riscos à equidade de gênero, com a reunião de parlamentares de diversos países do bloco e convidados internacionais.

Tereza Cristina destacou o papel crescente das mulheres na interface entre tecnologia, agricultura e sustentabilidade no Brasil. “O Brasil é hoje uma potência agroambiental porque abraçou a inovação com pragmatismo. Mas não se trata apenas de proteger direitos no ambiente digital. Trata-se de garantir que as mulheres tenham acesso real às ferramentas que moldarão a nova economia. A tecnologia não pode ser um muro, mas uma ponte”, declarou.

Ela sugeriu que o Brics elabore uma agenda comum de inovação com recorte de gênero, capaz de transformar a IA em aliada das mulheres, em vez de mais uma barreira. “A inteligência artificial não é neutra. Se a deixarmos seguir apenas as trilhas do mercado ou da lógica algorítmica, sem regulação ou participação diversa, ela ampliará desigualdades”, completou.

Na abertura, a senadora Leila Barros (PDT-DF), líder da bancada feminina do Senado, ressaltou que a presidência rotativa do Brics, atualmente exercida pelo Brasil, tem como lema a construção de uma governança mais inclusiva e sustentável. “Não é possível falar em desenvolvimento sem igualdade de gênero. Estamos aqui para construir um Brics com rosto feminino, que reconheça a pluralidade das nossas experiências”, afirmou.

Secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, a embaixadora Maria Laura da Rocha apontou a reunião como um marco no reconhecimento das mulheres como protagonistas da transformação social. Ela destacou o papel do Brics na promoção de um financiamento climático justo e no avanço da regulação da inteligência artificial com foco na equidade. “Precisamos garantir que os avanços tecnológicos não aprofundem desigualdades de gênero. Esta reunião sinaliza o tipo de liderança de que o mundo precisa: com empatia, visão e coragem para transformar”, resumiu a embaixadora.

O Congresso Nacional será sede, de 3 a 5 de junho, da 11ª edição do Fórum Parlamentar do Brics, que deverá reunir cerca de 150 parlamentares. O BRICS é um agrupamento formado por onze países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Serve como foro de articulação política e diplomática de países do Sul Global, que buscam a cooperação nas mais diversas áreas.

Com informações da Agência Senado

Senado vai sediar Fórum Parlamentar do BRICS no mês de junho

O Senado vai receber, entre os dias 3 e 5 de junho, o XI Fórum Parlamentar do BRICS. O evento deve contar com a participação de 31 casas legislativas e cerca de 150 parlamentares de outros países. As reuniões vão ocorrer no Plenário do Senado. 

O Fórum Parlamentar do BRICS é realizado desde o ano de 2015. O Brasil já foi anfitrião uma vez, em 2019. Mas, naquela ocasião, o encontro ocorreu em Belgrado, na Sérvia. Em 2024, a sede foi São Petersburgo, na Rússia.

“Haverá um evento voltado para as mulheres parlamentares. É muito importante que os Brics ouçam a voz das mulheres e apoiem nossas lutas em cada país”, comentou a líder do Progressista no Senado, Tereza Cristina (MS). No Senado, a bancada feminina, que conquistou recentemente uma gabinete para se reunir, conta com 16 integrantes – de um total de 81 senadores.

A presidência do BRICS está a cargo do Brasil ao longo do ano de 2025, com o lema Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável. Os temas prioritários neste período são a cooperação em saúde global, o comércio mundial e as mudanças climáticas. Temas relacionados à governança da inteligência artificial (IA), à reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança e ao desenvolvimento institucional do BRICS também figuram entre as prioridades da liderança brasileira.

Membros e parceiros

O BRICS é um grupo internacional formado por 10 países: África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia. O grupo atua como fórum de articulação político-diplomática e de cooperação entre países do chamado “sul global”.

Além dessas nações, o BRICS conta com nove países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Nesta modalidade, podem ser convidados a participar de espaços de discussão, após consulta aos países membros e decisão por consenso. Por fim, a Arábia Saudita foi admitida como membro pleno, mas ainda não aceitou formalmente o convite.

Origem

A origem do nome do grupo é atribuída ao economista britânico Jim O’Neill, que criou o acrônimo “BRIC” em 2001 para se referir a quatro países que mostravam potencial de investimento para o futuro: Brasil, Rússia, Índia e China. O grupo foi estabelecido formalmente em 2009. Com o ingresso da África do Sul, no ano seguinte, foi acrescentada a letra S ao nome.

No mês de julho, entre os dias 6 e 7, haverá a 17ª Reunião de Cúpula do BRICS. O evento vai ocorrer no Rio de Janeiro (RJ). O Brasil já sediou outras três reuniões, nos anos de 2010, 2014 e 2019.

Com informações da Agência Senado