MS vai debater nova lei estadual para regular a proteção do Pantanal

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) avaliou como positiva a decisão do governo do Mato Grosso do Sul de transformar em lei o decreto  estadual  de 2015 que regulamenta o controle ambiental do Pantanal. “A lei traz mais segurança. Em 2015, o governo fez lá atrás um decreto para utilização do Pantanal, porque é isso que o Código Florestal aprovado pelo Congresso diz”, explicou Tereza Cristina. “O Código Florestal é a lei maior, mas ele entrega atribuição para os Estados legislarem sobre seus biomas”, acrescentou.

“Em 2015, foi feita no Pantanal  uma regulação inclusive mais restritiva do que o Código Florestal dizia sobre a reserva”, destacou. Segundo a parlamentar, deverão ser feitas modificações no conteúdo do decreto porque se passaram oito anos e são necessárias adequações  “ao que hoje o mundo,  o Brasil e o Mato Grosso do Sul querem.”

As declarações da senadora foram dadas nesta segunda-feira, 14/08, durante visita a posto de saúde da Vila Popular, em Campo Grande (MS). Ela estava acompanhada da prefeita Adriane Lopes (PP), e do governador Eduardo Riedel (PSDB). A partir de agora, serão feitas audiências públicas e  debates com diferentes setores da sociedade sul-mato-grossense para  a elaboração de um projeto de lei sobre a proteção do Pantanal que terá ser posteriormente examinado e aprovado pela Assembleia Legislativa. Segundo números do governo estadual, 83% do Pantanal estão hoje preservados.

Na semana passada, a senadora Tereza Cristina e seus colegas  das bancadas do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, Estados que abrigam o ecossistema do Pantanal, alertaram no plenário do Senado que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) estava tentando, por meio de nota técnica a ser referendada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), suspender leis estaduais, medida que usurpa a competência dos Estados e desrespeita o pacto federativo.

 Os senadores consideraram ainda que o MMA estaria querendo impor o desmatamento legal ( aquele que é autorizado pelos Estados, dentro dos limites do Código Florestal) zero, algo que não existe no Código Florestal. “Se a ministra Marina Silva (MMA) quer impor o desmatamento legal zero, que envie uma proposta ao Legislativo”, sugeriu Tereza Cristina, em pronunciamento no plenário.

 A senadora e seus colegas destacaram ainda que são contrários ao desmatamento ilegal (sem licença e fora dos limites do Código Florestal) e demais crimes ambientais –  que devem ser combatidos e seus autores punidos. Mas não aceitam o método, sem negociação política e respeito aos Estados, escolhido pelo governo federal para tratar a questão. “Não será com canetada administrativa que resolveremos os problemas ambientais”, afirmou Tereza Cristina em plenário.

Senado vai ouvir autoridades do MS em audiência sobre rodovia Binacional Brasil-Bolívia

A implantação da rodovia Binacional Brasil-Bolívia será tema de audiência pública conjunta entre as Comissões de Infraestrutura e de Relações Exteriores do Senado. O debate foi proposto pelo senador Wellington Fagundes (PL/MT) e ainda não tem data prevista para acontecer. Os senadores aprovaram o pedido da senadora Tereza Cristina (PP-MS) para incluir especialistas sul-mato-grossenses no debate.

Serão convidados a participar da audiência pública o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico no Estado do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck; o empresário no ramo dos transportes do Mato Grosso do Sul, Cláudio Cavol; além de um representante da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul (Fiems).

O objetivo é avançar na formulação de propostas que vão colaborar com ações conjuntas entre Brasil e Bolívia para consolidação de uma rota importante para o escoamento de produção do Centro-Oeste. “Proposta originalmente pelo meu colega senador Wellington Fagundes, a audiência pública vai unir cidadãos dos dois Estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para discutir a necessidade de asfaltar e integrar a nossa fronteira com a Bolívia”, explicou Tereza Cristina.

A rodovia vai facilitar a chegada de mercadorias aos portos do norte do Chile e sul do Peru, viabilizando com menor custo uma saída para exportar, via Pacífico, para os mercados asiáticos. A audiência pública vai discutir questões como o controle aduaneiro, controle fitossanitário e de entrada de pessoas entre ambos países.